quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

20/12/2012

A primeira bomba explodiu às 0h da manhã na cidade no extremo leste do Japão. Diziam que eles seriam os primeiros a sucumbirem à loucura do dia 21/12/2012. Depois daquela explosão, restavam 24 horas.


12:05h

Todos caminhavam a passos largos pela rua da capital. O calor estava massante, como todos os outros dias daquele mês. Caminhava tão rápido quanto os que estavam ao meu redor enquanto me dirigia à rodoviária. A última aula do ano havia terminado e eu podia seguir contente, ou não, para o recesso que duraria duas semanas em função da greve do meio do ano.

É O FIM DOS TEMPOS! Exclamou a senhora que devia ter mais de 90 anos (isso ou o tempo havia sido BEM ruim com ela...).

Muitos viraram, quase todos que estavam ali, inclusive eu, para ver o que acontecia. Era de se esperar loucuras como essa naquela semana. A maioria das pessoas não acreditava na tal 'profecia Maia que previa o fim do mundo no dia 21/12/2012', mas esta mesma maioria inevitavelmente pararia para ver o que estava acontecendo.

A senhora correu para dentro da loja de eletrodomésticos que ficava na esquina. Um dos televisores estava conectado em um canal de notícias. As imagens eram clara, prédios estavam desmoronando, o fogo se alastrava pela cidade. Era noite, mas a cidade estava brilhando, brilhando em tons de vermelho.

"Ainda não se sabe quem é o responsável pelas explosões. A polícia acredita que seja um ataque terrorista, mas não da certeza se todas as explosões estão realmente conectadas. Já foram 20 explosões nas cidades. Todo o corpo de bombeiros, todos os paramédicos e todos os policiais, além de vários voluntários, estão mobilizados na tentativa de diminuir os danos."

Os atendentes da loja trocaram de canal, ligaram as outras TVs em canais diferentes de notícia. Ninguém acreditava, mas tudo aquilo estava realmente acontecendo. O caos estava tomando conta da Terra do Sol Nascente e, provavelmente, não demoraria muito para tomar conta de todo o mundo também.

Muitos saíram correndo da loja, pegando os telefones, ligando, mandando mensagens, alguns gritando. Outros rezavam, outros choravam. Tudo que eu podia pensar era: Fodeu!


Continua.