sábado, 25 de dezembro de 2010

Voltando com as Histórias de Demônios.

Descobrir o nome de Lúcifer é muito fácil, você vende sua alma e, ao lado do lugar onde você assinará seu nome, vai estar escrito o nome dele. Fácil, não é?

~/~

A sala estava quase vazia, éramos apenas a secretária, outros dois pacientes e eu. Aquela vaca velha estava pintando as unhas e desviando qualquer chamada para a caixa de mensagem, agora eu sabia o porquê de eu ligar durante horário comercial e dar sempre a mensagem: “estamos fechados, ligue amanhã”. Um dos outros pacientes era um cara escroto que ficava com a mão para dentro da calça fazendo sabe-se-lá-o-que-nem-o-esquentadinho-iria-querer-saber e o outro era um senhor grisalho, magrinho e de terno desproporcional a sua massa muscular que estava lendo um livro sobre “10 Maneiras de Cozinhar Carne Humana”. Bom, o último era eu, mas não percamos nosso tempo falando de mim.

- Hey!
Chamei pela vaca velha.

Não respondeu.
- Hey! Vaca velha!
Ignorou.
- Vai me ignorar, é?

Peguei meu isqueiro e joguei em direção a ela. Ela nem olhou, o isqueiro parou no ar e voltou na minha direção com no mínimo, acho eu, o dobro da força com a qual atirei. Ele bateu em meu peito e senti que algo dentro do meu peito provavelmente havia fraturado.

- Aguarde, sua vez chegará, mais tarde ou mais CEDO.
Ela respondeu frisando na ultima palavra.
Eu ri, baixo e debochadamente, mas ri.

Comecei a brincar de acender e apagar a chama do meu isqueiro.


Não muito depois, a grande porta de mogno se abriu ao lado do balcão e um cheiro de ervas aromáticas sendo queimadas saiu pela mesma.

- E, apenas desfrute das vantagens, que, quando a hora chegar, eles te buscarão.
Falou uma voz forte enquanto uma jovem saia pela porta.
- Sim, esquentadinho, pode deixar.

Ela sorriu e piscou, depois foi embora.


- Richard, pode passar.
Disse a vaca, e o cara escroto levantou da cadeira e rumou para dentro da sala.
Ele entrou e pude ouvir a voz anterior cumprimentando-o.
- Seja bem vindo, Richard. Sinta-se em casa.

Uma pausa.

- Não, não, não, não. Melhor não me cumprimentar com essas mãos, não quer que eu queime-as para livrá-las dos micróbios antes que toquem em mim, quer?
Desta vez eu ri, debochadamente e alto. Não tive como me controlar.

- Ora, seu!
- Seu?


- Nada...
- Acho que nos daremos bem.

“Passivinho de merda”, comentei para mim mesmo. A vaca velha riu baixo e o senhor também.

~Continuação.

2 comentários:

Chiih Onigiri-chan disse...

*-*

shaushasuahusa
Adorei /semcriatividadepracomentários

Bruniinha * disse...

Muiito boom, posta o resto agoora!
Beeijo